Esse livro foi um divisor de águas na minha vida. Não é nenhum exagero. Quando me deparei com a linguagem acessível (ainda que antiga) e da narrativa genial do Machado de Assis, me surpreendi. Não imaginava que um autor tão conceituado fosse tão fácil de ler. Menos ainda que algo fácil de ler pudesse ser tão genial.
Apesar de fácil não é uma leitura leve. A morte e a tristeza são personagens muito presentes, apesar de não serem explicitas. Para os jovens é ainda mais importante. Na nossa busca eterna da felicidade (e no nosso egoísmo) não temos claro que um dia a morte nos atiginrá sem piedade. Ainda mais sem piedade nos acompanhará a tristeza quando as perdas de pessoas queridas forem apenas mais um fardo que precisamos nos acostumar a levar. O livro serve, ao mínimo, para passarmos pela reflexão sobre o que realmente importa na vida (reflexão essa que só se dá quando perdemos a vida, de um ente querido ou nossa própria).
Outra coisa que é gritante no livro é a linguagem. Me impressionou (e mudou um paradigma) a quantidade de cognatos que o português, bem usado, tem com o espanhol. É até engraçado ouvir professores do idioma espanhol dando falando sobre falsos cognatos. Uma boa parte não são. É engraçado se sentir iluminado, o dono da sabedoria, não é? Pois essa sensação só foi possível depois de ler este livro. O que só evidência que a maior parte dos professores de espanhol do Youtube não leram Machado de Assis.
É interessantíssimo sentir as dores e a ignorância de Bentinho. Ainda mais interessante sentir a necessidade da aprovação do José Dias que o Bentinho sente. Isso mesmo, sentir. Você sente.
A frase que mais me marcou no livro foi:
"Nada há mais feio que dar pernas longuíssimas a ideias brevíssimas."
Mas outras frases também foram muito marcantes:
"Prazos largos são fáceis de subscrever; a imaginação os faz infinitos.""Tudo é dar-lhe uma idéia e encher o centro que falta.""Os apóstolos não levam a boa doutrina senão depois de a terem toda no coração."
Coloquem este livro, os que ainda não houverem lido, como leitura obrigatória. É simplesmente encantador.
Aproveita e me fala qual foi a sua impressão do livro e qual o seu personagem preferido.
O meu foi, sem dúvidas, José Dias.
À plus tard!
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