Neste exato momento estou com um turbilhão de sentimentos me
percorrendo. Uma mistura de tristeza, decepção, vergonha, raiva e
arrependimento. Arrependimento de ter resolvido visitar a Igreja Assembléia de
Deus justo hoje. É que achei que veria muita propaganda política em outras
congregações, como a Assembleia sempre tem uma postura tradicional achei que
não se envolveria nisso. E todos outros sentimento pelo que se passou naquela
congregação.
O culto, na verdade, era o adiantamento da EAD (Escola
Bíblica Dominical) e ocorreu tudo de forma muito tranquila e satisfatória até o
momento da finalização do culto, onde um irmão informa que lerá uma aviso importante
do pastor das Assembleias de Deus em pernambuco, Ailton José Alves, o
mensageiro começa fazendo uma menção dos vários projetos de lei que tramitam
no congresso que vão contra os preceitos cristãos e alguns que até vão contra os
próprios cristão, como proibições de certos comportamentos nos cultos ou nas
ruas. Até ai tudo bem seria aceitável que em seguida o mensageiro pedisse para
que pensássemos bem em quem votar neste domingo (05/10/2014), acho que como
cristãos protestantes temos sim o dever de nos envolvermos com a política, mas
nos envolvermos da forma correta.
Em seguida o mensageiro informa que: devido à
comunidade LGBT estar se organizando para eleger um representante seu em cada
estado, a Assembléia de Deus estaria se organizando para fazer o mesmo.
Logicamente isso foi dito em outras palavras, palavras bem mais bonitas. Em
seguida ele informa os dois candidatos a deputados estadual e federal em quem
os que estavam ouvindo aquilo deveriam votar, sem contar com os “fiéis” que
haviam sido escolhidos para entregar o material publicitário na saída da
congregação do bairro da encruzilhada (dentre elas uma criança).
Este foi, definitivamente, o ato mais vergonhoso que a
Assembléia de Deus cometeu no tempo em que congrego nesta. Vários fatores me
envergonham neste ato tolo e imoral (Ironicamente a lição da EAD havia sido
sobre a moral de Daniel) o pastor presidente, se realmente mandou esse
anunciado para as suas congregações, foi infeliz como também os mensageiros que
aceitaram ser o instrumento de propagação de tal tolice; e todos os que ouviram
isso passivamente.
O primeiro fator a me envergonhar foi que o ato de indicar
candidatos era feito pelos antigos coronéis e donos de fazendas que elegiam
candidatos parceiros obrigando seus funcionários a votarem em seus favoritos. A
única diferença disto para o que acabei de ouvir é que os coronéis usavam a
força e a Assembléia de Deus usou a boa fé dos seus membros e a psicologia barata.
O segundo fator, foi que esta congregação desrespeitou a
lei quando fez propaganda política dentro do período que a justiça eleitoral
proíbe.
O terceiro fato, foi a confirmação do que várias pessoas
totalmente contra o cristianismo falam todos os dias: que a “igreja” manipula
seus fiéis. Já havia tido vários exemplos disto, mas a Assembléia me parecia
uma exceção. Parecia.
A quarta foi ver que faltou inteligência a todos. Faltou a
quem resolveu colocar representantes da congregação no poder, apenas, para não ser uma igreja perseguida; faltou a quem deu resolveu que todos os assembleianos
deveriam votar nessas pessoas; faltou a quem deu a ordem de comunicar isso nas
congregações, faltou a quem fez o comunicado e
principalmente a quem ouviu-o como quem ouve uma boa nova.
Com esse feito a Assembleia de Deus se iguala ao que ela
tenta combater. Prova que é tola e tem dirigentes tolos.
O que está em debate aqui não é se os cristão devem ter representantes
no congresso, já falei que devemos sim ser ativos na política, mas achar que o
candidato correto é o que faz parte da congregação em questão é tolice, o
melhor candidato é o que está mais preparado e, a Assembléia acabou de me provar
que, nem sempre os mais preparados são os que se dizem santos.
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